Me dá um habitante aí

Em outubro, um carro de som circulava dia e noite pelas ruas de Minaçu, no interior de Goiás. A voz do prefeito Cícero Rodrigues (PSDB) convocava a população a atender os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Rodrigues foi à rádio da cidade, fez campanha boca a boca e contratou um serviço de telemarketing. Sua intenção era garantir que todos os moradores respondessem ao Censo 2010. “Faltavam poucos dias para acabar e disseram que a população estava em 27 mil habitantes”, afirma Rodrigues. Para ele, Minaçu teria 35 mil habitantes. Para decepção de Rodrigues, o Censo encontrou apenas 29 mil habitantes.
Como Rodrigues, outros 328 prefeitos do país têm razões para lamentar o resultado do Censo. Nesses municípios, o IBGE encontrou menos habitantes do que as projeções anteriores indicavam, e, por esse motivo, eles deverão receber menos recursos do governo federal por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Neste ano, o fundo deverá distribuir R$ 52 bilhões. Pelas regras do sistema de distribuição do FPM, os municípios são divididos em faixas populacionais. A queda para uma faixa populacional inferior reduz o quinhão do município no bolo do FPM. De acordo com estimativas da Confederação Nacional dos Municípios, o resultado do Censo poderá fazer desaparecer até R$ 1,7 milhão do orçamento anual desses municípios.  
 

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